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Alimentação no Autismo

Muitas promessas dietéticas que dizem "curar" o autismo não possuem comprovação científica. Devemos ter cuidado para não restingir mais ainda a alimentação de crianças que por si só já podem ser restritivas.


O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição comportamental, caracterizado por prejuízos na interação social e na linguagem, além de esterotipias e comportamentos repetitivos. O TEA engloba todos os graus de autismo, incluindo a Síndrome de Asperger.

A incidência do autismo é cerca de 1% na população, sendo mais prevalente em meninos do que em meninas (4 meninos para cada 1 menina) e não possui causa definida. Sabemos que é um quadro o qual a criança já nasce com essa condição, dessa forma há um componente genético importante, mas também que causas ambientais podem afetar o neurodesenvolvimento inborn naqueles bebês que já apresentam a genética favorável para o autismo.


O autismo geralmente é diagnosticado por volta de 3 ou 4 anos, mas é importante salientar que quanto mais cedo for feito, melhor são as condições para a qualidade de vida e de aprendizado da criança. Normalmente a criança nasce fisicamente normal e ao longo do desenvolvimento apresenta dificuldade em socializar, tem interesses restritos, algumas não falam, tem movimentos repetitivos tais como o flapping e o rocking, não olham nos olhos (isso pode ser até um sinal quando o bebê não faz contato visual com a mãe durante a amamentação). Agressividade e agitação também podem estar presente.

O tratamento consiste em uma conjunto de intervenções: médico, terapeutas, fonoaudiólogo, pedagogo e nutricionista. A intervenção nutricional é importante para manter uma ingestão de nutrientes adequada, principalmente nas crianças que apresentam restrições na alimentação e quando há outras condições clínicas associadas.

Crianças com TEA podem ter interesses restritos no que concerne a alimentação. Por exemplo, consumir apenas alguns tipos de alimentos, ter rejeição por texturas, preferir alimentos sempre da mesma cor. Isso é decorrente do próprio transtorno, pois a textura, o cheiro, o gosto, a forma ou a cor podem desencadear um interesse específico na criança e elas podem se sentir incomodadas quando há variações, pois são crianças que podem possuir comportamentos repetitivos, ritualisticos e compulsivos.

Dessa forma, a terapia nutricional contruibui para auxiiar a criança a ampliar o repertório alimentar, além de garantir a ingestão adequada de nutrientes para sua fase de crescimento e desenvolvimento.

Muito se tem falado da exclusão do glúten e da caseína para autistas, porém, essa recomendação é indicada para crianças que apresentam necessidade da restrição desses nutrientes por compromentimento do trato gastrointestinal, que é muito comum em algumas crianças com TEA. Porém, apesar dos relatos de melhoras nos sintomas, não há comprovação de que a dieta seja o fator preponderante para o caso. O fato é que, a exclusão de alimentos sem necessidade para portadores de TEA podem gerar maiores transtornos na inclusão social e também no próprio comportamento da criança. Por exemplo, uma criança autista que vai em uma festa, já tem dificuldade de socializar, e então, por alguma motivo, os responsáveis decidiram tirar alguns alimentos e não deixam a criança comer na festa. Ela pode querer comer, e os responsáveis negando, ela não entende porque não pode, e tal situação desencadeia uma crise na nela. Os responsáveis, envergonhados pelo comportamento da criança, decidem que não sairão mais com ela. Essa criança, que precisa ser exposta ao meio social para melhorar as suas habilidades, acaba ficando mais excluída.

A alimentação é cultural, é social, é antropológica e restrições desnecessárias não contribuem para o quadro do TEA. Assim, o acompanhamento nutricional é muito importante para eles, para melhorar a interação com os alimentos. O TEA não tem cura e até o momento não há nenhuma comprovação de que algum tipo de dieta melhore o quadro. Pelo contrário. Quanto maior interação com gostos, texturas, cheiros, cores mais habilidades motoras e interação social serão adquiridas.

Procure sempre um nutricionista!



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